Os principais problemas do cânister
Como é um sistema relativamente simples, o cânister costuma apresentar três problemas principais: falhas elétricas, desgastes e vazamentos. Mas as consequências podem ser sérias: desde acender a luz de alerta do sistema de injeção até provocar ruídos e alterações no funcionamento do motor.
Retenção de vapor no filtro
Vamos começar por esse problema bastante comum. Normalmente, aparece quando a válvula passa a fechar fora do ponto certo. Como defeito, os vapores enviados ao filtro podem se acumular dentro da peça. O carvão ativado acaba ficando saturado e perde a capacidade de absorção.
O resultado é que o cânister não funciona bem e pode prejudicar a formação da mistura ar-combustível, conforme o programado pelo módulo da injeção. Como o motor fica se “reajustando” para contornar o defeito, o motorista costuma notar uma falta de potência ou falhas em certas rotações.
Travamento total da válvula
Quando a válvula trava na posição fechada, o filtro continua absorvendo os vapores por algum tempo, até ficar sobrecarregado. Quando isso ocorre, os clientes costumam reclamar que estão sentindo um cheiro forte de combustível. Mas, o que pode confundir, é que o carro não tem nenhum vazamento.
Ao contrário, a válvula pode travar na posição aberta. É um defeito mais raro, mas pode acontecer. Nesse caso, os vapores do combustível serão queimados pelo motor a qualquer momento, o que não é o ideal. Além de aumentar as emissões, o módulo da injeção pode entrar em modo de segurança.
Válvula batendo ao abrir
Outro defeito que confunde bastante os mecânicos é quando a válvula de purga está com problemas internos e passa a fazer uns barulhos ao abrir. Em casos extremos, o ruído é tão forte que chegam a desconfiar que o motor tem algum problema. O pior é que essa falha pode ser intermitente.
Vazamentos ou maus contatos
Além de problemas nas válvulas e no filtro, muitas vezes o cânister sofre com o envelhecimento natural dos componentes ou um descuido na manutenção. Sempre que fizer uma inspeção preventiva, é importante conferir o estado de todas as mangueiras, abraçadeiras, chicote e conectores do sistema.
Encher o tanque além do limite
Também é importante orientar os clientes sobre os problemas causados pelo costume, ainda muito comum, de encher o tanque “até a boca”. Parte desse combustível pode chegar ao filtro de carvão ativado e danificar a peça. O correto é sempre parar o abastecimento na posição automática da bomba.
Dicas para um diagnóstico certeiro
Além dessas falhas mais comuns, muitas vezes são necessárias avaliações detalhadas, como checagens elétricas, rastreios eletrônicos e testes de estanqueidade para descobrir o que realmente está errado no cânister. Nas avaliações com o scanner, três códigos de falhas costuma aparecer:
P0443: existem problemas elétricos no controle da válvula de purga, desde uma oxidação nos conectores até outros defeitos mais sérios no chicote;
P0444: indica que o controle do circuito está aberto, sugerindo uma interrupção no circuito responsável pelo comportamento da válvula;
P0445: alerta que há um curto-circuito no chicote da válvula.
Os métodos corretivos
No reparo do cânister, o mais importante é caprichar no diagnóstico. Muitas vezes, são trocadas peças da injeção ou até do motor sem necessidade, enquanto que o problema real segue escondido no sistema. Depois que a falha é bem identificada, a manutenção costuma ser rápida e barata.
Por fim, é sempre importante comparar o seu diagnóstico com as reclamações do motorista, principalmente quando o defeito é intermitente. No fim das contas, é conciliando a prática, os recursos tecnológicos e uma boa conversa que você pode aumentar a satisfação dos clientes.
Fonte: Blog da Nakata
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